sexta-feira, 25 de março de 2011

COLONISTA DA VEJA DEFENDE ATOR(?) BOCA SUJA QUE VOMITOU NO PIAUÍ.

Reinaldo Azevedo, num artigo intitulado "Alguém tem o direito de achar o Piauí um 'c…'?

O Brasil inventou o macarthismo da justiça social, da igualdade e da não-discriminação, ele defende a "liberdade de expressão" e argumenta que boa parte dos piauienses "tem motivos para achar aquele estado um 'cu'"(...)

“Sei pouco sobre o Piauí, confesso, além daqueles índices do IBGE, nada abonadores. A primeira referência, pra mim, é o poeta mais elaborado do século 20: Mário Faustino, um gigante. Nesse quesito, entendo, nada se iguala ao Piauí. É o primeiro! A segunda, numa outra faixa, é o letrista Torquato Neto. O fato é que boa parte dos piauienses tem motivos para achar aquele Estado um “cu”, tomado o substantivo como metáfora de coisa ruim. Aliás, boa parte dos paulistas tem motivos para dizer o mesmo de São Paulo; boa parte dos cariocas, o mesmo do Rio, assim como os mineiros, de Minas, e, obviamente, os brasileiros, do Brasil!”(...)

Eu nem sei quem é esse tal Marauê. Sei que o deputado petista Fábio Novo se comporta como um dinossauro, um censor, um agente da ditadura. A única coisa que caberia a um democrata seria garantir a segurança para a apresentação da peça. O teatro até poderia estar às moscas, como conseqüência da revolta de alguns piauienses(...)

SAIBA MAIS SOBRE O COLONISTA DA DECADENTE VEJA  AQUI

domingo, 20 de março de 2011

O Obama que nos visita é o do filme "Trabalho Interno"




O "cara" deu um bolo no Xerife; foi comemorar o aniversário do filho caçula com a família.

O jornalista  Mino Carta já tinha chamado a atenção para o papel desmoralizador do documentário “Trabalho Interno”.

Desmoraliza jornalistas brasileiros, que praticam o pior jornalismo do Grupo dos 20 (fora a China e Rússia, duas ditaduras).

E vem Charles Ferguson e faz uma investigação impecável, irrefutável sobre a bandalheira que resultou no tsunami de 2008 (aquele que a urubóloga Miriam Leitão disse que ia afundar o Governo do Nunca Dantes - Lula).

O filme descreve como a indústria dos bancos desmontou a regulação criada por Roosevelt, na crise de 29.

A leniência dos governos republicanos – Reagan e Bush, pai – e, especialmente do Bill Clinton, aquele que desmoralizou o FHC, o Farol de Alexandria em público e ele não se defendeu nem o Brasil.

Clinton, governador do Arkansas, foi almoçar no restaurante Club 21, em Nova York, com Roberto Rubin, do Citibank e seus pares.

Os banqueiros propuseram a Clinton: derruba a regulação do Roosevelt e nós te faremos presidente. Fair deal.

Clinton revogou Roosevelt e instalou o livre-mercado no sistema financeiro mundial. Transformou-o num aquário de tubarões. Teve alguns cúmplices.

Um deles, o mais despudorado, Alan Greenspan, que afogou o “conflito de interesse” na ortodoxia neoliberal. Ganhava dinheiro das empresas de caderneta de poupança quebradas, dizia que eram umas maravilhas, enquanto se “elegia” eterno presidente do Banco Central, como legítimo representante do “mercado”. Ele impediu a regulação, sempre em nome da ideologia neoliberal: o mercado de derivativos é de uma indústria tecnicamente sofisticada que saberá, para se preservar, evitar uma crise sistêmica. Ou seja, mercado livre se auto-regula.

Não precisa do Roosevelt.

Greenspan teve o apoio de Larry Summers, que, depois de Rubin, foi ser Secretário da Fazenda de Clinton. Greenspan e Summers fulminaram todos os que alertavam para a iminência de uma catástrofe. Jogaram o radar no lixo.

No Governo do Bush filho, Summers enriqueceu quando era reitor de Harvar (é isso mesmo, revisor, Harvar): dava expediente no conselho de administração de instituições financeiras mundialmente desreguladas.

O desastre caiu no colo do anão do neoliberalismo, Bush, filho. Aquele que, de todos os antecessores, mais se aproximou do neo-Fascismo.
(Convém assistir também a “Jogo do Poder”, sobre o papel sórdido do Governo Bush, filho, na campanha das armas de destruição de massa do Iraque.)

Bush filho montou um plano neoliberalmente perfeito para sair da crise: Salvar os bancos, os banqueiros e o povo que se lixe. E encheu Wall Street de dinheiro – para os banqueiros e os bancos.

Os maestros dessa operação sem precedentes foram o Secretário do Tesouro de Bush, Paulson, que pode saber ganhar dinheiro, mas, ao falar, lembra um primata; e Timothy Garthner, que está no Brasil, na delegação de Obama.

Garthner era o presidente do Banco Central, seção Nova York, e fez vários Proeres – para salvar o “mercado”: entregou bancos em crise a bancos menos em crise. Por um punhado de dólares.

Garthner é o Secretário o Tesouro do Obama.

Garthner levou para o Governo Obama todos os amigos que trabalharam com ele na administração do “Trabalho Interno”.

Estão todos lá.

Outro que Obama levou para o Governo foi quem ? Quem, amigo navegante ?O Summers. Para ser uma espécie de Grã-Vizir da Economia. O que Obama mudou no Plano Bush para Salvar Bancos e Banqueiros ?

Nada. Nadinha.

Os banqueiros continuaram – DEPOIS DA CRISE – a receber os bônus na casa das centenas de milhões de dólares. Regulação ? Regu – o quê ?

Que regulação, qual nada !

Obama mandou o Ministério da Justiça processar criminalmente algum banqueiro ? Como ? Pro – o quê ?

Estão todos soltos e dão gargalhadas quando olham para a fila de desempregados à base 10% da força de trabalho.

Os Estados Unidos têm a maior concentração de renda dos países ricos.
O aumento da renda dos últimos anos se concentrou no 1% mais rico da população.

O neoliberalismo realizou a sua obra: transformou uma República numa Oligarquia.

Os EUA têm o mercado financeiro menos regulado do Grupo dos 7 – é o paraíso dos neoliberais.

Obama mudou alguma coisa ? Como, amigo navegante ? Mudar o quê ? Aí entram os economistas no “Trabalho Interno”.

(A tradução é um desastre. Mata o sentido pejorativo, criminoso do titulo do americano. Melhor seria se fosse “A História da Crise”, ou os “Os Gangsters de Wall Street”.)

O filme conclui que a Economia – como diz um entrevistado – é inútil. Já os economistas são muito útei$$$ ! Eles criaram a ideologia da desregulamentação. Eles deram à roubalheira a justificação ideológica, quase teológica.

Rouba, mas faz ! O livre mercado é Deus !

Isso dito naquela linguagem bizantina, anglofilizada, inalcançável. Eles disseram que a Islândia era uma maravilha – e a economia da Islândia se espatifou. Eles deram cobertura teórica e matemática – como se sabe, na mão de um economista, a matemática serve para tudo, como o Óleo de Fígado de Bacalhau – aos produtos que a neoliberalidade concebeu e a desregulamentação permitiu. CDOs, swaps, colateralização, derivativos, sub-prime, securitização, junk bonds, empréstimo predatório. AAA …

São todos a mesma coisa: tomar dinheiro dos trouxas e embolsar a grana.
A melhor coisa do mundo é “o dinheiro dos outros” – “other’s people money”.

(Depois, claro, de pagar a prostituta com dinheiro da firma, no expense account, como se faz muito para agradar os clientes de um “Trabalho Interno”.) E os economistas lá: firmes.

Isso é uma maravilha ! É a modernidade !

É o “avanço”, como costuma dizer o Farol de Alexandria - FHClinton! E bota a grana no bolso.

Harvar (é isso mesmo, revisor, Harvar) e Columbia se sobressaem nesse papel recompensador: justificar o assalto e botar uma parte no bolso.
Os economistas – sem falar nas agências de risco, mas isso é a corrupção óbvia, visível a olho nu – são aquelas testemunhas do Poderoso Chefão que vêem da Sicília depor na CPI sobre a máfia e se calam.

É uma pequena variação.Os economistas dizem o que os bancos precisam que eles digam.

São os “especialistas” do PiG. São os colonistas do PiG.

E o Obama ? O Obama, amigo navegante ? Bom, o Obama, segundo um entrevistado do filme, acha que a crise é passageira. Quando passar, tudo volta ao que era. Tomar dinheiro dos trouxas e botar no bolso.
E os economistas, lá, firmes: isso é a liberdade, o mercado, Adam Smith, a inovação financeira, o avanço …

Paulo Henrique Amorim



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