Nazismo, finanças secretas, máfia, diplomacia oculta e crimes da Santa Sé.
Na opinião de muitos pesquisadores - e a história confirma -, há dois Vaticanos. Aquele que à luz do mundo congrega católicos, procura aumentar seu rebanho de fiéis e tem no Papa uma figura ao mesmo tempo doce e firme. E um outro, envolto em brumas, tão laico e terreno como qualquer governo secular, que vez por outra é revelado e causa rebuliço.
É este outro Vaticano, das sombras, que o jornalista peruano Frattini mostra em A Santa Aliança: Cinco Séculos de Espionagem no Vaticano: como a partir de Pio 5º, a papada arquitetou uma bem estruturada rede de espionagem que ao longo de cinco séculos e 40 pontífices, participou de eventos pouco condizentes com os proclamados princípios cristãos.
Disfarçados sob a cortina da fé, papas participaram -ou apoiararn- de assassinatos de reis e de golpes de Estado mundo afora. O que Frattini apresenta é um Vaticano de antessala, de conchavos, que pouco ou nada tem a ver corn aquele apresentado ao mundo a partir da sacada da basílica de São Pedro.
Muitas vezes a história real supera os mais improváveis laivos da ficção, Este é um caso emblemático de causar inveja a especialistas como John Le Carré.
”Se o Papa ordena liquidar alguém na defesa da fé católica, faz-se isso sem fazer perguntas. Ele é a voz de Deus e nós (a Santa Aliança) somos a sua mão executora.” - Cardeal Paluzzo Paluzzi, chefe da Santa Aliança, século XVII
Por meio de um amplo trabalho investigativo, o autor retoma fatos e personagens reais que perpassaram a atuação dos quarenta papas que estiveram à frente do Vaticano entre 1566 e 2005, revistando assim a atuação do serviço secreto da Santa Aliança nos bastidores da história, em cinco séculos. Revela, em epílogo, as decisões e acontecimentos ligados à morte de João Paulo II e à escolha de Bento XVI para sua sucessão, período que segue aberto e cuja perspectiva é de “grande atividade nos serviços de inteligência do Vaticano”, segundo o autor, inclusive na América Latina, ante a multiplicação de igrejas evangélicas na região.
Mostra também algumas atividades escusas do Banco do Vaticano – outro braço omitido pelo pontifício –, como o seu envolvimento em falências bancárias, financiamento de golpes de Estado e venda de armas a nações em conflitos.
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