sábado, 3 de julho de 2010

INDIGESTO AOS PAPAS...


O português José de Sousa nasceu em 16 de novembro de 1922, na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga, no Ribatejo, região central do país. Ficou mais conhecido, no entanto, pelo sobrenome de sua família paterna, Saramago, que o funcionário do Registro Civil acrescentou após seu nascimento.


E vamos ao humor do Saramago:

“Os sismógrafos não escolhem os terremotos, reagem aos que vão ocorrendo, e o blog é isso, um sismógrafo”.
"A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste."
"A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem".
“Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar”.
“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro”.
"Que Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual".
“É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido”.
“A Igreja não se importa com o destino das almas e sempre buscou o controle de seus corpos”.
“Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não”.
”O talento ou acaso não escolhem, para manifestar-se, nem dias nem lugares”.
“É preciso variar, se não tivermos cuidado a vida torna-se rapidamente previsível, monótona, uma seca”.
"As insolências reacionárias da Igreja Católica precisam ser combatidas com a insolência da inteligência viva, do bom senso, da palavra responsável. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só tem interesse no poder".
"Eu, no fundo, não invento nada. Sou apenas alguém que se limita a levantar uma pedra e a pôr à vista o que está por baixo. Não é minha culpa se de vez em quando me saem monstros".
"Estamos usando nosso cérebro de maneira excessivamente disciplinada, pensando só o que é preciso pensar, o que se nos permite pensar".
"Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida".
"Por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel".
"O universo não tem notícia da nossa existência".
"Nem a juventude sabe o que pode, nem a velhice pode o que sabe".
"Duas fraquezas não fazem uma fraqueza maior, fazem uma força nova".
"Ainda que te possa parecer estranha a comparação, os gestos, para mim, são mais do que gestos, são como desenhos feitos pelo corpo de um no corpo de outro".
"Cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança".
"Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais".
"É o que as palavras simples têm de simpático, não sabem enganar".
"Talvez as lágrimas não sejam mais do que isso, o alívio de uma ofensa".
"As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como do pão para a boca".
"Com as palavras todo cuidado é pouco, mudam de opinião como as pessoas".
"Em rigor, não tomamos decisões, são as decisões que nos tomam a nós".

8 comentários:

Jair Souza disse...

A cúpula da Igreja católica tem muitas razões para condenar todo o legado intelectual de José Saramago. A hierarquia eclesiástica católica sabe como é pernicioso para seus interesses que um ateu como Saramago demonstre que, apesar de não professar nenhuma religião, ele está muito mais próximo dos ideais de Jesus Cristo do que aqueles que se arvoram em representantes de Cristo na Terra. Saramago deixou muito claro aquilo que ele e muitos outros (me incluo neste grupo) consideram como o verdadeiro cristianismo: viver em função da justiça, da solidariedade, da paz entre todos os povos, e contra a exploração do ser humano pelo ser humano. Qualquer um que de verdade pratique estes princípios estará alinhado com o legado de Jesus Cristo, qualquer que seja sua religião, ou mesmo que não tenha crença religiosa. A cúpula eclesiástica católica (assim como as de várias outra igrejas) pode facilmente ser enquadrada entre os inimigos de Cristo, por mais que encham a boca com seu nome. Obrigado Saramago por nunca ter se curvado à podridão representada pelo Vaticano.

Alice Franca Leite disse...

E A OMISSÃO DA "MADRE IGREJA"... ANTE AS ATROCIDADES DOS NAZISTAS??? QUÊ PRURIDOS SÃO ESSES DOS QUE CRITICAM SARAMAGO???

Robson Nobre disse...

Nossa, muito bom mesmo. essa critíca além de ser respeitosa com o Jesus, que afinal de contas é uma das bases do ocidente ele sendo Deus ou não, demonstra as intenções da igreja católica como agente do império do capitalismo, o que vem a ser um paradoxo, como pode uma instituição que diz servir a um mestre que abomina o acumulo de capital se aliar a tais homens?! e como Jesus diz " Não se pode servir a dois senhores", porém vem vencendo essa querra.

Amauri disse...

Gilson, sem duvida o romanismo católico é um braço forte do imperialismo opressor mundial e bem mais de conivente e agente ativo no processo político de opressão e dominação atravéz de lavagem cerebral e medo, contudo discordo de Saramago pelo fato de seu "ateu", pois basta ver a natureza e fica evidente que não está aí por um mero acaso, pois sabemos que a obra dom acaso é o caos, pena que Saramago não tenha percebido a obra de DEUS na criação.

João Paulo disse...

Comentário: Belíssimo texto. Relembrou com perfeição alguns pontos importantes do papado nefasto do antecessor de Ratzinger, tido mundialmente como benfeitor... Bela homenagem a Saramago. Parabéns caro amigo.

Tiago Tobias disse...

Caros companheiros deste JenipapoNews, gostaria de indicar o excelente livro "A santa aliança - Cinco séculos de espionagem no Vaticano", de Eric Frattini. O livro desnuda essa "santa aliança" (A CIA do Vaticano) e a influência do serviço secreto católico em golpes de estado, tráfico de drogas e de armas e outras coisas podres. O autor, munido de uma documentação monumental, prestou um grande serviço à humanidade. Recomendo aos leitores. Vocês nunca mais irão à missa, rs. Ps: O livro foi publicado pela Boitempo. Abraços e viva Saramago!

Anônimo disse...

Excelente compilação. Saramago, um forte quieto e inesquecível.
B. Ferraz

Anônimo disse...

O Netto bota posta essas maravilhas, mas outas maravilhas que ajudariam a melhorar e acordar mais ainda a terra natal dele ele se omite. Aliás, se omite como todo "bom" Campomaionrense. Opto pela postagem anônima por não ter URL. Mesmo assim parabéns por se manifestar "por longe", via Saramago. Joana Fontinele

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